O Promotor de Justiça Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior, titular da 13ª Promotoria de Justiça de Dourados, reuniu na terça-feira (13/01) a direção da Toca de Assis, entidade da Igreja Católica que atua no cuidado com os pobres em situação de rua, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Dourados), Secretaria de Saúde Municipal, Vigilância Sanitária, Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e Lar do Idoso, para tratar do atendimento às pessoas portadoras de alguma deficiência mental.

O Promotor de Justiça de Proteção do idoso e da Pessoa com Deficiência, quer a intervenção do Município e do Estado no atendimento aos pacientes mentais em Dourados. Como o Município não tem nenhum tipo de serviço residencial terapêutico que atenda necessidades de moradia para quem tem problemas psiquiátricos graves, essas pessoas são acolhidas em casas assistenciais não preparadas, nem estruturadas para receber esses pacientes.

Um exemplo disso é a Toca de Assis, que nos últimos dois anos tem abrigado de forma fixa pessoas com doença mental. “Quem conhece a entidade sabe que essa não é a sua missão. Fui pessoalmente ao local e constatei que as irmãs que lá atuam precisam de ajuda, passam os mais diferentes tipos de dificuldade com essas pessoas e o mais preocupante é que a Toca de Assis em Dourados pode fechar as portas”, afirmou o Promotor de Justiça Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior.

O objetivo desse encontro foi mostrar a realidade com relação ao atendimento desses pacientes e mostrar a situação que a Toca de Assis enfrenta, assumindo o papel do Estado e do Município. “Alguma coisa temos que fazer porque se a entidade fechar não temos outro local para abrigar as pessoas com deficiência mental. Isso é preocupante”, alertou o Promotor de Justiça durante a reunião.

“Realmente é uma realidade nada fácil. As irmãs, muitas delas jovens, fazem todo o serviço de atendimento às pessoas com problemas mentais e alguns deles, por conta da doença, são agressivos”, explica o Promotor de Justiça. Atuam na Toca de Assis, em Dourados, 10 religiosas e algumas dão continuidade aos estudos teológicos enquanto outras são dedicadas ao trabalho abnegado de atender a um grupo de 18 pessoas com alto grau de deficiência mental.

Com a morte em julho de 2012 de Roselina Colaço de Azevedo, mantenedora da Casa da Divina Providência, entidade que por mais de cinco décadas cuidou de desabrigados, a maioria com problemas mentais, a Toca de Assis, aos poucos, passou a assumir a função de abrigar essas pessoas, após o fechamento da Divina Providência. A direção nacional da Toca de Assis, sediada em Campinas (SP), já está a par dos acontecimentos da casa em Dourados.

Na foto, o Promotor de Justiça Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior, durante a reunião em Dourados

Foto: Hédio Fazan/O PROGRESSO