Nos dias que antecederam à última Eleição Municipal, o Ministério Público Eleitoral atuante na 5ª Zona Eleitoral, em operação conjunta com o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e a Polícia Civil, desencadeou a operação “Entrada Livre”, que identificou a prática de crime de compra de votos por parte de candidato a vereador no Município de Taquarussu (MS).

Após receber denúncia carreada com elementos que apontavam para a ocorrência da conduta ilícita, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul iniciou acompanhamento do candidato e requereu a expedição de mandados de busca e apreensão em sua residência, estabelecimento comercial e local de trabalho, todos no Município de Taquarussu.

Durante o cumprimento dos mandados, no dia 1º de outubro, foram apreendidos, entre outros itens, inúmeras listas de eleitores e dezenas de convites de um “show” sertanejo e R$ 1.900,00 (mil e novecentos reais) em espécie, em notas de R$ 50 e R$ 100, que provavelmente seriam utilizados para compra de votos.

A apuração do suposto crime eleitoral segue em tramitação no Ministério Público Eleitoral atuante na 5ª Zona Eleitoral, em sigilo.

Distrito de Nova Casa Verde

A operação “Bomba Aberta” também foi deflagrada pelo Ministério Público Eleitoral atuante na 5ª Zona Eleitoral, mais uma vez em parceria com o GAECO e a Polícia Civil.

A ação resultou na apreensão de elementos que apontam para esquema de compra de votos por parte de candidato a vereador no Município de Nova Andradina em conluio com um proprietário de posto de combustíveis localizado no Distrito de Nova Casa Verde.

Após receber inúmeras denúncias de que eleitores daquele distrito e arredores estariam abastecendo seus veículos em posto de combustível localizado às margens da Rodovia BR-267, o MPMS iniciou acompanhamento do local.

Constatado o movimento incessante de veículos que lá paravam e abasteciam sem qualquer tipo de pagamento, foi requerida e deferida pelo juízo da 5ª Zona Eleitoral a expedição de mandado de busca e apreensão.

Durante o cumprimento, já no final da tarde do dia 2 de outubro, foram apreendidos, entre outros itens, dezenas de notas e recibos de abastecimento em nome de candidato a vereador, assinados por pessoas diversas, planilhas apontando elevados gastos do mesmo candidato nas semanas anteriores ao pleito e pequenos tíquetes que eram usados como “moeda de troca” pelo combustível.

A apuração do suposto crime eleitoral segue em tramitação na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Andradina, em sigilo.

Em ambas as operações, caso comprovadas a prática do crime eleitoral e a captação ilícita de sufrágio, os envolvidos, entre eles os próprios candidatos, poderão ser condenados a pena de reclusão de até quatro anos.

Já os candidatos, caso tenham sido eleitos, podem ter seus diplomas cassados, o que significa a perda do direito de assumirem seus mandatos eletivos a partir de 1º de janeiro de 2017.

Todo o material apreendido durante as operações já foram encaminhados para perícia e análise.

Texto: Ana Paula Leite/jornalista Assecom MPMS – colaboração Promotoria de Justiça 

Fotos: Promotoria de Justiça