A luta no combate à violência doméstica e familiar atingiu diversas Instituições e setores da sociedade. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul trabalha incansavelmente para mudar este cenário, por meio do NEVID (Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), pelas seguintes Promotorias de Justiça de Campo Grande: 47ª, 48ª, 65ª, 66ª e 72ª, Promotorias de Justiça do interior do Estado e, também por meio de campanhas de conscientização. 

Dados da 72ª Promotoria de Justiça apontam que, entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016, houve 21.868 manifestações em procedimentos judiciais. Nos três primeiros meses de 2017, já somam 1.823.

Apesar dos números alarmantes, a Promotora de Justiça Luciana do Amaral Rabelo disse que as mulheres que procuram atendimento estão mais informadas sobre os seus direitos e também sobre as medidas que podem ser tomadas para sua proteção. “O trabalho que fazemos é em conjunto. A mulher vem da DEAM onde registrou o Boletim de Ocorrência e passa pelo atendimento aqui na Promotoria de Justiça”. A Promotora explica ainda que a mulher assistida precisa de uma atenção especial pelo momento de fragilidade em que ela está inserida. “Percebo um reconhecimento neste sentido. Recebemos recentemente uma ligação de uma mulher que sofreu violência doméstica. Ela contou por telefone que registrou o BO com rapidez, logo conseguiu a Medida Protetiva e foi muito bem atendida aqui na Promotoria de Justiça. Este é o intuito do nosso trabalho e me deixa muito feliz”, comemora.

Além da violência doméstica, ocorrências envolvendo tráfico de mulheres e redes de prostituição são atendidas na 72ª Promotoria de Justiça. Como é o caso da enfermeira e esteticista, de 34 anos, que procurou a Casa da Mulher. Ela conta que quando tinha 23 anos em uma viagem ao Rio de Janeiro conheceu um rapaz, se apaixonou e resolveu morar com ele. Na época, ele ofereceu a ela um emprego de Corretora de Imóveis. Ela começou a trabalhar com ele como corretora e envolvida com promessas de amor e dinheiro fácil começou a trabalhar em boates também. “Quando me vi, estava envolvida naquele meio, conheci e fiz amizades com várias pessoas. Eu tentei sair de lá e vir embora, mas ele batia em mim e me prendia no apartamento. Fiquei nessa vida cinco anos até que eu consegui fugir e registrei B.O. lá no Rio de Janeiro”, relata. A mulher conta também que, após fazer a denúncia, está sofrendo ameaças e teve fotos e vídeos espalhados pela internet, além de contas sociais e emails que foram hackeadas. “Eu estou sofrendo todos os tipos de ameaças físicas e psicológicas que você possa imaginar”, lamenta. Ela disse que já está com Medida Protetiva e agora espera que algo seja feito para que ela volte a viver em paz. “Eu fui muito bem atendida aqui na Casa da Mulher e também na Promotoria de Justiça. Estou passando por tratamento psicológico, pois entrei em depressão profunda ao ver minha vida exposta”.

Sobre as denúncias da mulher, a Promotora de Justiça Luciana Rabelo disse que o caso está sendo investigado. “Muitas coisas já foram provadas, outras estão em fase de investigação”. Segundo ainda a Promotora, quando uma assistida passa por vários tipos de agressão, o fator psicológico é o mais afetado. “Neste caso, ela está com medida protetiva e passa por acompanhamento psicológico também”, ressalta a Promotora de Justiça.

Serviços

Não se cale, denuncie!

Ligue 199 – Patrulha Maria da Penha

Ligue 190 – Emergência Polícia Militar

Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/Nacional

Casa da Mulher Brasileira – 67 3304-7557

Subsecretaria de Políticas para Mulher – 67 3382-7541