O Ministério Público Estadual do Estado de Mato Grosso do Sul, representado pelo Promotor de Justiça, Fabrício Secafen Mingati, da 3ª Promotoria de Nova Andradina, participou do Júri no plenário da Câmara Municipal nessa sexta-feira (31/9). O Júri foi presidido pelo juiz Walter Arthur Alge Netto, que condenou por crime de feminicídio em 18 anos e 9 meses de reclusão, o acusado.

O julgamento durou 15 horas e o plenário, com capacidade para 360 pessoas, ficou quase lotado. O réu foi condenado ainda a mais sete meses e 22 dias por vias de fato, ameaça, desacato. Esse é o primeiro caso julgado por feminicídio em Nova Andradina depois da vigência da Lei. De acordo com o processo, D.M.U. foi pronunciado por homicídio doloso, com meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele teria agido por ciúmes em razão de não aceitar o fim do relacionamento com a ex-esposa e os fatos teriam ocorrido em contexto de violência doméstica, em consequência da condição de mulher da vítima.

Consta da sentença condenatória que no dia 8 de abril de 2016, D.M.U. teria causado a morte da ex-esposa Andrea Regina Moreira Cavalcante, com chutes e socos em sua cabeça. O réu teria dificultado a defesa da mulher por dissimulação, ao fazer todos acreditarem que não estaria na residência do casal no momento em que a vítima foi ao local buscar seus pertences. Ela foi surpreendida e agredida quando já estava caída.

Narra o Promotor de Justiça Fabrício Secafen Mingati que o réu teria empregado meio cruel ao impor intenso sofrimento à mulher em consequência dos muitos golpes, inclusive no rosto. No dia do espancamento, a vítima foi socorrida no Hospital Regional de Nova Andradina, mas a gravidade das agressões sofridas fez com que fosse transferida para uma unidade hospitalar de Dourados. 

Andrea morreu no dia 13 de abril de 2016. Se estivesse viva, teria completado 50 anos no dia 30 de agosto, véspera do julgamento. Nova Andradina estava há seis anos sem nenhuma morte de mulher por violência doméstica e o crime causou grande comoção na sociedade nova andradinense. O acusado foi preso no dia 02 de maio de 2016, em uma propriedade rural no município de Bataiporã, pelas forças policiais da SIG e DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Nova Andradina. 

Texto – Assessoria TJMS com edição de Waléria Leite – Jornalista/Assessora de Comunicação MPMS