Os caminhos até a aprovação em um concurso público podem ser árduos e inconstantes. Em um rigoroso processo com 2.181 inscritos, como foi o 29º Concurso para Ingresso na carreira de Promotor de Justiça Substituto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), os sacrifícios, renúncias e anos de dedicação são ainda mais desafiadores.  

Com a posse concretizada no último dia 13 de setembro, esta etapa ficou para trás. Agora, os oito novos membros do MPMS exercerão a função em alguma Comarca do Estado. “E assumirão a nobre missão de transformar realidades e, talvez, de levar um pouco de esperança em meio às desigualdades e às injustiças, em um país muito desigual, muito injusto e muito pobre”, conforme lembrou o Procurador de Justiça do MPMS e Conselheiro do CNMP, Paulo Passos, aos recém-ingressados.

A seguir, os novos membros do MPMS compartilham as trajetórias, experiências profissionais e dividem os motivos que os levaram à decisão de escolher a carreira no Ministério Público:

Laura Assagra Rodrigues Barbosa Pimenta

“Foram noites de estudo até alcançar as primeiras aprovações nos concursos públicos”. Mas a Promotora de Justiça faria tudo novamente para alcançar os resultados, como a aprovação em primeiro lugar no concurso para ingresso na carreira. Natural de Ribeirão Preto (SP) e graduada em Direito, em 2016, pela Faculdade de Direito de Franca, com diversas especializações posteriores na área (Direito Administrativo, Ciências Criminais e em Direitos Difusos e Coletivos), e passagens pelo Ministério Público de São Paulo, como estagiária, e pelo Tribunal Regional Eleitoral, como servidora, Laura Assagra Rodrigues Barbosa Pimenta chega a Mato Grosso do Sul com o objetivo de fazer a diferença para os cidadãos do Estado. “É realmente recompensador começar essa nova etapa aqui no Estado. Minha missão, daqui para frente, é corresponder a esta oportunidade que me foi dada, e fazer um bom trabalho”, afirma.

Laura Alves Lagrota

“Estou aqui para servir à sociedade da melhor maneira possível. Os cidadãos precisam do Ministério Público, e o Ministério Público não existiria não fossem os anseios da sociedade”, considera a Promotora de Justiça. Vinda de Bicas, uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, Laura Alves Lagrota graduou-se em Direito, em 2019, pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atuou como estagiária no Ministério Público, no Tribunal de Justiça e no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Depois, atuou como advogada e foi residente na Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro.

Vitoria de Fatima Herechuk

Natural de Campo Mourão (PR), a Promotora de Justiça formou-se em Direito, em 2019, pela Universidade Estadual de Maringá, com uma Láurea Acadêmica, homenagem concedida a alunos que concluem a graduação com desempenho excepcional. Com apenas 26 anos de idade, a aprovação no 29º Concurso para Ingresso na carreira de Promotor de Justiça do MPMS veio enquanto Vitoria de Fatima Herechuk atuava como residente no MPPR. Foram três anos e meio dedicados aos estudos, “com muita disciplina, muito foco, muita abstenção e renúncia de muitas coisas”, conta. “O papel do Promotor de Justiça sempre me encantou. Essa função de ser combativo, proativo na busca dos direitos e garantias fundamentais da sociedade e dos indivíduos. É preciso lembrar sempre de quem é o destinatário da nossa atuação e buscar sempre ser um instrumento para mudar a sociedade”, considera.

Felipe Blos Orsi

Ex-delegado da Polícia Civil no Estado de Santa Catarina, o Promotor de Justiça teve uma grata surpresa ao ser aprovado no concurso para ingresso na carreira. Felipe Blos Orsi iniciou a trajetória profissional como almoxarife em uma indústria de bolsas de Campo Bom (RS), onde nasceu, até graduar-se em Direito, em 2011, pela Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS). A pós-graduação em Ciência Penais, em 2013, veio com o interesse pela área criminal, até chegar na atuação como Agente de Polícia, em Brasília (DF), e Delegado de Polícia, em Blumenau (SC). Durante a faculdade, o estágio no Ministério Público do Rio Grande do Sul levou o hoje Promotor de Justiça a apostar nos concursos voltados a esta instituição. “Lá atrás, quando era estagiário, a aprovação parecia um sonho distante. Conforme fui avançando nos concursos, isso começou a se tornar mais real para mim, e agora se concretiza”, comemora.

Gabriela Rabelo Vasconcelos

Gabriela Rabelo Vasconcelos atuou como Promotora de Justiça no Ministério Público do Amazonas. Um estágio no Ministério Público do Rio de Janeiro a fez se encantar pelas áreas de atuação da instituição. “Essa pluralidade, esse poder de alteração, de mudança social, é o que faz com que eu me encante com essa profissão, por isso que eu passei muitos anos estudando para poder desempenhar esse papel”, conta. Natural do Rio de Janeiro (RJ) e graduada pela Universidade Federal Fluminense, em 2018, a Promotora de Justiça ganhou, naquele ano, o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico, devido ao seu desempenho. Ela também é pós-graduada em Direito e Advocacia Pública.

Guilermo Timm Rocha

A resolutividade e possibilidade de aproximação do Ministério Público com a sociedade foi o que chamou a atenção do Promotor de Justiça para a instituição. “Essa possibilidade de resolução e de, muitas vezes, trazer soluções de uma forma mais rápida, muitas vezes sem a presença do Poder do Judiciário, me encanta muito no papel do Promotor de Justiça. Saímos do gabinete para estarmos próximos da população e enxergarmos os anseios, as necessidades da sociedade e trabalhamos para atendê-los da melhor forma”, considera. Natural de Cuiabá (MT) e graduado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Guilermo Timm Rocha credita o sucesso na trajetória profissional aos esforços e sacrifícios dos pais e de toda a família. Após um estágio na Justiça Federal e aprovação, em 2014, para o quadro de servidores da Defensoria Pública gaúcha, em 2016 passou a atuar como advogado, e conciliar o trabalho com os estudos para concurso público.

Felipe Rocha Vasconcellos de Freitas Pinheiro

Natural do Rio de Janeiro (RJ), o novo Promotor de Justiça é graduado pela Universidade Federal Fluminense e possui três pós-graduações na área do Direito (Administrativo, Constitucional e Direito Público). Felipe Rocha Vasconcellos de Freitas Pinheiro, que conciliava os estudos com a residência na Procuradoria-Geral do Estado do RJ, escolheu fazer parte do Ministério Público. “Defender os direitos da coletividade, os vulneráveis, combater impunidade, defender os direitos das vítimas e, de fato, ser um agente de transformação social na medida do exercício das funções, de tudo que o cargo proporciona. Acredito que tudo que a gente possa fazer para melhorar no contexto da sociedade e do estado do Mato Grosso do Sul, faremos com todo vigor e empenho”.

João Augusto Arfeli Panucci

O Promotor de Justiça é natural de Presidente Venceslau, município do interior de São Paulo que fica próximo da divisa com Mato Grosso Sul, motivo que o fez ter predileção pelo Estado. A conquista é um sonho que se concretiza. “Estudo desde que eu estava na faculdade, e já tinha o sonho de ser Promotor de Justiça”, conta. Assim que se formou em Direito, em 2013, pelo Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo, em Presidente Prudente (SP), começou a estudar para concursos. A primeira aprovação foi como analista do Ministério Público de São Paulo, onde atuava na Promotoria de Justiça do III Tribunal do Júri. Após cinco anos de estudos “com muito afinco, de domingo a domingo, conseguiu a aprovação e a realização do sonho de ser aprovado como Promotor de Justiça de Mato Grosso do Sul”. João Augusto Arfeli Panucci também é pós-graduado em Direito Penal e Direito Processual Penal.

Texto: Zana Zaidan e Taís Wolfert, residente em Jornalismo, sob supervisão de Zana Zaidan
Revisão: Rejane Sena
Fotos: Assecom MPMS