A infestação da mosca Stomoxys calcitrans, comumente conhecida como mosca do estábulo ou mosca da vinhaça, é uma preocupação em vários municípios do Estado, principalmente naqueles que abrigam usinas de produção de etanol, foi motivo de reunião na quarta-feira (17/12) entre representantes do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul e do Ministério Público Federal/MS. A reunião aconteceu no prédio da Procuradoria-Geral de Justiça, no Parque dos Poderes.

A reunião teve como objetivo discutir uma ação conjunta sobre os impactos ambientais negativos decorrentes do uso de subproduto da cana-de-açúcar, em especial, do uso da vinhaça no processo de fertirrigação (técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado), bem como alternativas sustentáveis para o seu aproveitamento. A vinhaça é o resíduo pastoso que sobra após a destilação do caldo de cana-de-açúcar fermentado, para a obtenção do etanol.

O uso da vinhaça na fertirrigação tem aumentado a proliferação da mosca do estábulo, causando surtos em determinadas regiões o que vem sendo objeto de Inquéritos Civis nas Promotorias de Justiça dos municípios, bem como pelo MPF, onde estão instaladas as usinas. O surto da mosca vem trazendo transtorno principalmente para os produtores rurais. Ficou definido que outras reuniões serão realizadas a partir de 2015 buscando definição técnica, para a solução da problemática.

Essa mosca é, atualmente, responsável por causar prejuízos de grande impacto econômico nas cadeias produtivas da pecuária bovina e sucroalcooleira em alguns Estados do Brasil, dentre eles Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Essas moscas têm como hospedeiros a maioria dos animais e sua picada é dolorosa.

Os restos alimentares e o vinhoto, que é um subproduto da indústria canavieira, atraem e estimulam a postura de ovos, bem como podem criar-se em palhas e restos de culturas, que permanecem no campo por algum tempo, principalmente se estes materiais encontrarem-se fermentados ou umedecidos com urina e fezes de animais.

A reunião entre o MPMS e o MPF foi presidida pela Procuradora de Justiça, Marigô Regina Bittar Bezerra, Coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso do Sul (CAOMA) e contou com a participação do Promotor de Justiça Eduardo Franco Cândia, Assessor do Núcleo Ambiental vinculado aos Centros de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, da Habitação e Urbanismo e do Patrimônio Histórico e Cultural.

Também participaram da reunião os Promotores de Justiça Maurício Mecellis Cabral, de Nova Alvorada do Sul/MS e Leonardo Dumont Palmerston, de Ivinhema/MS; o Procurador da República, Marco Antônio Delfino de Almeida; as assessoras Gláucia Pace de Castro e Luciene Ramos e os técnicos do Daex, Maria Luiza Ribeiro Marques e Daniel dos Santos.

Na foto, a reunião que discutiu os danos causados pela mosca do estábulo