Depois de dois anos de trabalho hoje foi apresentado o Relatório Final do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS sobre os Vazios Urbanos de Campo Grande.

Participaram dessa apresentação o coordenador e professor Ângelo Marcos Arruda, os professores-pesquisadores e acadêmicos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, os professores-pesquisadores e acadêmicos convidados de outros cursos da Instituição e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, representado pela 42ª Promotoria de Justiça de Campo Grande.

“Esse é o primeiro projeto desse porte a medir oficialmente a extensão dos vazios e, mais do que isso, pode solucionar pontos como a distribuição populacional, o uso de áreas públicas e as medidas para ocupação dos espaços particulares”, disse Ângelo Arruda.

O trabalho realizado estava sendo acompanhada pelo Ministério Público com muita expectativa. É que em 2015 a 42ª Promotoria de Justiça entrou com uma Ação Civil Pública contra o Município de Campo Grande para suspender a validade das leis ilegalmente publicadas.

“O estudo coordenado pelo professor Ângelo comprova com dados precisos o que estava assentado na Ação Civil Pública proposta,  ou seja, Campo Grande possui uma densidade baixíssima que se reflete em grandes áreas de exclusão social e serviços públicos de alto custo e por isso não existe qualquer razão de fato ou de direito para ampliação do perímetro urbano. É preciso preencher esses Vazios Urbanos identificados no estudo apresentado antes que se pense em ampliar o atual perímetro da zona urbana do Município” afirma a Promotora de Justiça Andréia Cristina Peres da Silva.

Esses grandes vazios atingem diretamente os serviços públicos de segurança (terrenos baldios que abrigam a criminalidade), saúde (epidemias de doenças graves como dengue, zika, leishmaniose), saneamento, mobilidade urbana, transporte coletivo, iluminação pública, coleta de lixo e tantos outros. Essa prática só vem onerar os cofres do Município que acaba por não prestar serviços de qualidade à população.     

Texto: waléria leite - Jornalista/Assecom MPMS

Imagem: UFMS