Começou nessa segunda-feira (5/12) a “5ª Feira do Artesão Livre – Edição de Natal”, que reúne peças confeccionadas por internos de cinco presídios de regime fechado da capital.

A exposição, realizada pela 50ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, em parceria com a AGEPEN, Conselho da Comunidade de Campo Grande – MS, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e FUNSAT, ficará aberta à visitação do público até o dia 9 de dezembro, no saguão do Fórum Heitor Medeiros, localizado na Rua da Paz, 74, Jardim dos Estados, das 12h às 19h. A entrada é gratuita.

O projeto possui vários objetivos, dentre eles o de expor à sociedade um dos trabalhos laborais existentes no sistema penitenciário sul-mato-grossense, que possibilita ao custodiado desenvolver habilidades manuais, além do expectativa de uma profissão digna e geradora de renda.

Segundo a Promotora de Justiça, titular da 50ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, Jiskia Sandri Trentin, a feira é de fundamental importância para a ressocialização dos internos “O Ministério Público de Mato Grosso do Sul tem atuado como um órgão catalisador para a elaboração dessas feiras, e é uma oportunidade em que nós fazemos a exposição de todos aqueles trabalhos artesanais que são produzidos dentro das cinco unidades de regime fechado da capital e colocamos à venda na sociedade. É muito importante não só para aquela pessoa que está presa porque ela vai receber valores para poder ajudar a própria família a se manter, mas também para a sociedade perceber que, dentro das prisões, é possível fazer um trabalho ressocializador na vida dessas pessoas”, destaca.

As peças novas e de cunho artesanal que compõem a exposição estão classificadas nas seguintes categorias: bordados, esculturas no sabão, cerâmica, produtos variados de crochê, arte com recicláveis, entre outros.

 “Esse dinheiro me ajuda muito, eu compro produto de limpeza, higiene, material pra eu fazer meus próximos trabalhos, enfim, alguma roupa, arrumar o cabelo, e o mais importante de tudo: aumenta a autoestima. A gente se sente visto na sociedade de novo, a gente fica feliz de mostrar os nossos trabalhos, a nossa capacidade. E para as pessoas verem que nem todos que erraram e estão lá naquele lugar, merecem uma nova chance. Eu errei e quero mudar, isso pra mim é muito importante e fico feliz com essa oportunidade que me deram”, destaca Cícera Aparecida da Silva Cavalheiros, interna do Estabelecimento Penal Feminino de Regime Semiaberto e Aberto.

A renda, gerada a partir da comercialização das peças, será integralmente revertida para os próprios reeducandos cadastrados nas Oficinas de Artesanato.

Texto e fotos: Maisse Cunha/estagiária MPMS - sob supervisão de Waléria Leite/jornalista MPMS