Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, é importante divulgar a participação feminina na construção do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, destacando-se a atuação firme e combativa das mulheres no exercício das funções ministeriais.

Foi exatamente uma mulher, a então Promotora de Justiça Adnil Maria da Silva que, em 1979, recebeu o convite do então Governador Harry Amorim Costa para assumir a Chefia da Instituição.

Adnil Maria da Silva pediu “um tempo para pensar”, sendo-lhe concedidas apenas 24 horas. Aceita a indicação, ela permaneceu interina entre janeiro e julho de 1979, até a instalação oficial da Instituição e a posse dos Procuradores de Justiça.  

A segunda mulher a chefiar o MPMS foi a Procuradora de Justiça Irma Vieira de Santana e Anzoategui, eleita pela classe para o biênio 2004/2006, e reeleita para o biênio 2006/2008.

Atualmente, o Conselho Superior do Ministério Público, órgão responsável pelo julgamento das promoções e remoções na carreira, e pela análise dos arquivamentos de inquéritos civis ou de peças de informação alusivos à defesa de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, há 4 mulheres na sua composição, as Procuradoras de Justiça Justiça  Ariadne de Fátima Cantú da Silva,  Lenirce Avellaneda Furuya, Mara Cristiane Crisóstomo Bravo e  Jaceguara Dantas da Silva Passos.

“O aumento da participação das mulheres nos órgãos da administração superior do Ministério Público, a exemplo do Conselho Superior do MP - CSMP, no meu ponto de vista, significa o reconhecimento da sua  competência e capacidade, manifestando-se de forma legítima, nesta hipótese, uma vez que através de processo eletivo, para integrar órgão de maior relevância, já que atua como bússola para os membros, oxigenando a carreira,  sinalizando diretrizes e implementando direitos fundamentais” pontua a Procuradora de Justiça Jaceguara Dantas da Silva Passos.

De igual sorte, a Administração Superior tem como Procuradora-Geral Adjunta de Justiça Administrativa, a Procuradora de Justiça Nilza Gomes da Silva, que, além das funções afetas a sua pasta, substitui o Procurador-Geral de Justiça em ausências, ocasiões em que também preside o Conselho Superior (foto).

“Nós mulheres somamos e agregamos. O Homem é sempre mais racional do a mulher, o que não quer dizer, que nós com as nossas inúmeras funções, também precisamos ser também. Administrativamente por vezes preciso aliar a razão a minha emoção.” palavras da Procuradora de Justiça Nilza Gomes da Silva.

A equipe feminina da Administração Superior é ainda composta pela Procuradora de Justiça Ariadne de Fátima Cantú da Silva, que chefia a Assessoria de Comunicação, bem como pelas Promotoras de Justiça Bianka Karina Barros da Costa, Secretária-Geral; Ana Lara Camargo de Castro, Assessora Especial do Procurador-Geral de Justiça; Cristiane Mourão Leal Santos, Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e Luciana Moreira Schenk, Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GACEP).

O Colégio de Procuradores de Justiça, composto por 35 membros, conta com 10 Procuradoras de Justiça, e do total de 172 Promotores de Justiça, há 62 mulheres atuando em todo o Estado, um percentual de Mulheres 34,98% e 65,02% de homens. Já entre os servidores o sexo feminino impera na estatística 53,15% e 46,85% dos homens.

O MPMS se orgulha da brilhante atuação de suas Promotoras e Procuradoras de Justiça. E, hoje, com quase 35% de mulheres entre seus membros, caminha a passos largos para atingir o ideal de uma carreira representativa da diversidade.

“O Ministério Público é uma Instituição essencialmente democrática, e aberta igualmente a homens e mulheres, e o que conta é mesmo a capacidade intelectual. O crescimento profissional na carreira acontece pela dedicação e comprometimento com a Instituição e a sociedade.” Afirma a Procuradora de Justiça, Mara Cristiane Crisóstomo Bravo.

Elas ainda não são maioria, mas a imagem que destaca o gênero feminino já salta aos olhos de quem vê a diferença. Há pouco, essa imagem captada pelo olhar perspicaz da Promotora de Justiça Ana Lara que sempre lutou, não pela igualdade de gênero, mas pelos direitos, e chamou a atenção de quem vive o dia a dia das reuniões do Colégio e Conselho do Ministério Público.

“Eu vejo nesta fotografia um ambiente em equilíbrio. O homem que “escuta” o sexo feminino é um vitorioso. Afinal, a mulher vê com a alma,daí vem o equilíbrio, que acredito, que a Instituição precisa.” analisa a Procuradora de Justiça, Lenirce Avellaneda Furuya. 

Essa imagem era quase que uma utopia, mas no coração das poucas que resistiram à “força bruta” e aguardavam com ansiedade a chegada de outras, quem chega e se une.

O desejo talvez não seja o de ultrapassar números, mas discutir ideias e pontos de vista, concordantes ou dissonantes, porque aí sim temos a certeza de uma democracia bem representada.   

    

Texto: Waléria Leite - Jornalista/ASSECOM

Imagem: Ana Lara Camargo de Castro – Promotora de Justiça e ASSECOM