Os Promotores de Justiça Eteocles Brito Mendonça Dias Júnior e Ricardo Rotunno, titulares da 10ª e 16ª Promotoria de Justiça de Dourados, respectivamente, estiveram, juntamente com o perito do Ministério Público do Trabalho (MPT), representante da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e representantes do Conselho Regional de Enfermagem (COREN), na noite desta quinta-feira (30/8), no Hospital da Vida de Dourados fiscalizando as condições irregulares no hospital douradense.

A visita dos Promotores de Justiça deu-se após o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS) denunciar as más condições em que o Hospital da Vida, bem como falta de profissionais de enfermagem para o atendimento da população, objeto de instrução dos Inquéritos Civis, de nº 06.2018.000000564-3 (que apura a emergência financeira da FUNSAUD), de nº 06.2016.00000437-0 (que apura a ausência de medicação/material básico na FUNSAUD) e de nº 06.2016.00000438-0 (que apura a implantação de ponto biométrico, classificação de risco, prontuário eletrônico e demais medidas de informatização na FUNSAUD).

Durante as diligências, ao dirigirem à área verde do Hospital, os promotores de Justiça presenciaram 9 pessoas alojadas em corredor, sem quaisquer condições minimamente adequadas para atendimento humanizado e sem nenhum profissional de enfermagem. Dentro da área verde havia o total de 17 pacientes, sendo atendidos por apenas 3 técnicos de enfermagem. Já na área amarela tinha cinco pacientes graves e somente dois técnicos e um enfermeiro.

Constataram, ainda, falta de materiais, medicamentos e insumos como fita para medir a glicemia, excesso de pacientes em macas sem grades e nos corredores, aparelhos sem manutenção e infiltração de água.

Outros problemas apontados, presença de muito mofo, paredes com pintura descascada, pias sujas, cano exposto e com vazamento, lixo aberto, aparelho de ar-condicionado sem higienização, dentre outras precariedades. Todos os problemas apontados pelo Conselho Regional de Enfermagem também foram constatados pelos Promotores de Justiça.

"A superlotação de pacientes, a escassez de profissionais e a falta de alguns materiais e equipamentos levam além da precarização do atendimento, fere os preceitos da

segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais", criticou o Presidente do Coren, Sebastião Junior Henrique Duarte.

Texto: Elizete Alves/Jornalista – Assecom MPMS