Na última sexta-feira (08/02), aconteceu a cerimônia de inauguração simbólica do gabinete da 4ª Procuradoria de Justiça Criminal instalado próximo ao banheiro adaptado às normas de acessibilidade. A comemoração se deve ao fato da Procuradora de Justiça Sara Francisco Silva, titular da 4ª Procuradoria de Justiça, possuir Esclerose Lateral Amiotrófica, e devido à sua condição necessita de locais adaptados.

A cerimônia ocorreu no saguão da Procuradoria-Geral de Justiça e contou com a presença de membros, servidores, familiares e amigos da Procuradora de Justiça.

Em seu discurso, o Procurador-Geral de Justiça Paulo Cezar dos Passos disse que as novas instalações da Procuradoria-Geral de Justiça, inaugurada em outubro de 2018, priorizaram a acessibilidade cumprindo as estratégias de gestão e atuação da Administração Superior do MPMS. Ele ressaltou que a inclusão da pessoa com deficiência ao trabalho e acessibilidade como um todo é algo que não ocorre naturalmente, trata-se de uma questão de conscientização, quebra de barreira atitudinal e é uma questão de direito.

Paulo Passos destacou ainda o trabalho e a competência da Procuradora de Justiça Sara Francisco e disse que ela é um exemplo de luta e superação para todos que integram o Ministério Público Estadual.

O discurso da Procuradora de Justiça foi lido por seu irmão Francisco Assis da Silva. Como um breve relato de uma luta que já completou 10 anos, Sara Francisco lembrou que, durante os 29 anos de exercício funcional, atuou em vários setores, dentre eles na defesa dos direitos da pessoa idosa e da pessoa com deficiência, e na área da saúde pública. “Busquei a implementação da acessibilidade e, por ironia do destino, nunca imaginei que pudesse ser uma das pessoas que necessitam de acessibilidade e inclusão, assim como os senhores aqui presentes também não imaginam, inclusive, estamos envelhecendo e a idade traz limitações”.

Para a Procuradora de Justiça, somente a pessoa que possui deficiência pode falar de suas dificuldades, assim como todo ser humano traz o seu código de barra, cada limitação física ou sensorial diferencia uma pessoa de outra.

Sobre a questão da saúde, Sara Francisco falou sobre a falta de pesquisas quanto às doenças raras pelo SUS, e a dificuldade em conseguir medicamentos. “Muito se fala de judicialização da saúde, porém, é necessário, com urgência, um levantamento das doenças raras e acompanhamento da ministração de medicamentos de altíssimo custo. Convém avaliar novos medicamentos que surgem muitas vezes com mais resolutividade e de baixo custo”, ressaltou.

Ao finalizar, a Procuradora de Justiça agradeceu a presença e o carinho de todos e ressaltou a grande contribuição dos seus assessores e estagiários. “Sinto-me honrada pela presença dos senhores, e, por serem pessoas com grande poder de influência, acredito que possamos unir esforços, e como uma onda que se levanta na busca da efetividade do direito à acessibilidade, tão importante e necessário à dignidade de qualquer pessoa que dele necessite”.

Texto: Ana Paula Leite/jornalista Assecom MPMS

Fotos: Nathália Rabelo – (Estagiária de Jornalismo)