Com o plenário lotado, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, a Procuradora de Justiça Ariadne de Fátima Cantú da Silva ministrou palestra, na manhã desta sexta-feira (8/3), durante o evento “Diálogo com as Mulheres – Desafios e Oportunidades” realizado no Tribunal de Contas do Estado, por meio da Escola Superior de Controle Externo (Escoex).

Durante a abertura do encontro, o diálogo também contou com a participação da médica dermatologista Luciana Matos, que abordou o tema: saúde, autoestima, beleza e novidades”; além da empresária Maria Helena Bonotto que falou sobre “Mercado de Trabalho e Negócios”, em que compartilharam as suas experiências de vida para inspiração à outras mulheres.

Na ocasião, a Procuradora de Justiça explanou sobre o tema “Complexidade da Vida Profissional”, discorrendo desde a construção da identidade feminina, sua evolução e os desafios enfrentados pelas mulheres, bem como o cenário atual da violência contra a mulher e a atuação profissional na atualidade.

Para a Procuradora de Justiça, a complexidade da vida profissional começa na necessidade do reconhecimento de uma relação de igualdade necessária na construção de um novo tempo.

Ao finalizar o seu discurso, a Procuradora de Justiça Ariadne de Fátima Cantú da Silva destacou que faz parte de uma geração de mulheres fortes, combativas, que se informam e que ocupam espaços duramente conquistados.

“Tenho o privilégio de pertencer a uma categoria profissional que transforma realidades, garante direitos e luta para assegurar igualdade entre homens e mulheres. Entretanto, quando olho para trás e vejo que a geração da minha avó, uma italiana de 95 anos, sequer tinha direito de votar, e a minha mãe, queimava sutiã e apoderava-se de sua sexualidade com o surgimento da pílula anticoncepcional, vejo que a geração da minha filha, ainda tem muito a construir em cima das conquistas de minha geração”, observou.

Na sequência, a Procuradora de Justiça ressaltou que “creio, fortemente, que um dia poderemos olhar para trás e ver um passado longínquo, onde estarão perdidas para sempre as chagas das nossas desigualdades, cujas raízes se escondem ainda entre muito de nós. Um passado, para o qual olharemos com olhos surreais o fato de um homem irrogar-se no direito de ejacular sobre uma mulher em um ônibus. Um passado, em que nunca mais se ouse perguntar, às vítimas de estupro, as roupas que vestiam na ocasião. Um passado, em que será nostálgico imaginar que artistas de cinema precisassem emprestar suas representatividades para encorajar denúncias de estupro, ou exigir cláusulas contratuais igualitárias. Um passado, em que olharemos de forma equidistante, quando lembrarmos que existiam leis a assegurar salários iguais para trabalhos iguais desempenhados por homens e mulheres, como se fez recentemente na Islândia. Um passado que nos assegure um presente formado por homens e mulheres dignos de vencerem a humanidade”, exclamou.

Ao final do evento, houve abertura para perguntas, como troca de experiências, e sorteio de 33 brindes para as mulheres presentes.

Texto: Elizete Alves/Jornalista- Assecom MPMS

Fotos: Raysa Lopes