Em entrevista coletiva realizada na segunda quinzena de fevereiro, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou aos habitantes do seu Estado de origem, o Mato Grosso do Sul, que evitassem tomar o tradicional tereré e o chimarrão. “No caso de Estados como Mato Grosso do Sul, de onde venho, e do Rio Grande do Sul, recomendamos que as pessoas evitem bebidas que são compartilhadas de boca em boca, como o tereré e o chimarrão”, afirmou o Ministro. 

Não demorou muito para que a Imprensa local repercutisse esse pedido do Ministro, que conhece nossos hábitos, e o tereré, bebida gelada que ameniza o calor sul-mato-grossense, passou de mocinho para vilão.  

A Promotora de Justiça da Saúde Filomena Aparecida Depolito Fluminhan também está atenta a essa tradição importada do povo paraguaio. “Em tempos de coronavírus todo cuidado é pouco, esse hábito que envolve: união de pessoas e a troca de saliva pela ‘bomba’, nos preocupa muito. Essa é uma bebida coletiva. Isso sem contar que os adolescentes, além do tereré, ainda fumam o narguilé”. 

Mudanças de hábitos? Talvez esse seja o caminho para que o povo não perca o prazer de degustar a bebida, seja ela o tereré ou o chimarrão. O caminho sugerido é que se faça uso dessa tradição com a consciência de novos tempos, não compartilhe o uso das “bombas” (para quem não conhece, é uma espécie de canudo feito de aço). E o apreciador vai ter de optar entre: o social; se deliciar sozinho; e na terceira hipótese, distância de 1,5m, e cada um com a sua cuia e bomba na mão, estranho, né?   

Tradição muda? Muitos hábitos e possivelmente tradições devem mudar a partir da descoberta do novo coronavírus.  O narguilé, uma tradição entre os Turcos e Libaneses, e no Brasil mais uma moda, por conta de uma novela das nove. Uma tradição importada e que tem como adeptos em sua maioria os adolescentes, é preocupante. O uso desse ritual também coletivo deve ser levado em conta.  

O tabaco ou o narguilé é uma escolha, porém, os especialistas não recomendam o uso de nenhum dos dois. Para fumar o narguilé é necessário compartilhar o bocal entre os usuários, esse ritual pode transmitir doenças como herpes, hepatite C, tuberculose e a COVID-19. 

É certo que o isolamento social é um fato nesse momento, porém, alguns prazeres como um delicioso tereré geladinho, ajuda a refrescar os dias “quentes”. A dica é #fiqueemcasa   

 

Waléria leite – Jornalista/Assessoria de Comunicação 

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