A reunião ordinária do Conselho Nacional do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) realizada nesta quarta-feira (23/9), contou com a presença da Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para tratar de ações e parcerias com o Ministério Público brasileiro com o foco no desenvolvimento de estratégias de atuação na proteção dos Direitos Humanos e também da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas.

A Ministra Damares Alves explicou que está em desenvolvimento um acordo de cooperação técnica que visa o recebimento, encaminhamento e o processamento de denúncias de violações de direitos humanos referentes às atribuições do Ministério Público brasileiro, atendidas pelos canais da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, especialmente através do Disque 100 e 180, que recebem denúncia de vários tipos de violações contra crianças, adolescentes, mulheres, idosos, indígenas, pessoas com deficiência, população LGBT, discriminação racial, trabalho escravo, entre outros.

Ainda foi tema da manifestação da Ministra a ampliação para todo o Brasil da lei estadual gaúcha que cria o banco de dados de reconhecimento facial e digital de crianças e adolescentes desaparecidos. A lei, sancionada em abril deste ano a partir de projeto do deputado estadual Tenente-Coronel Zucco, presente à reunião do CNPG, prevê a interligação de todas as câmeras de videomonitoramento existentes no RS e centralizadas no Instituto Geral de Perícias (IGP), que fica responsável pelo cadastro dos dados e imagens no momento da confecção da carteira de identidade. “Será muito importante a parceria do Ministério Público brasileiro nestas duas iniciativas, através da adesão ao termo de cooperação e à ferramenta que estamos desenvolvendo para integrar e disponibilizar acesso a um banco de dados nacional de pessoas desaparecidas”. Segundo ela, a intenção é lançar uma campanha nacional de identificação civil em outubro, mas para que funcione será preciso essa interligação que pressupõe a participação de todos os estados. “Estou muito feliz com a parceria do Ministério Público porque sei da força dessa Instituição”.

O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, Alexandre Magno Benites de Lacerda, que participou da reunião do CNPG, considerou o tema de extrema relevância, uma vez que o MPMS já atua contra a violação dos direitos do cidadão e na proteção da vida, por meio do desenvolvimento de campanhas e na adoção de medidas voltadas a estes problemas tão sensíveis à sociedade.

De acordo com o Presidente do CNPG, Fabiano Dallazen, a defesa dos direitos humanos é uma das atribuições mais nobres e importantes do Ministério Público, por isso não há dúvidas de que o MP vai abraçar estas iniciativas e garantir que elas cheguem à ponta. “Temos cerca de 16 mil membros de MPs que, certamente, serão parceiros nesta caminhada. Vamos, em breve, comemorar mais do que uma parceria, mas os resultados destes projetos na vida das pessoas”, afirmou o Presidente Dallazen.

Também participou da reunião, de forma remota, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Em sua manifestação, ele relatou novas tratativas que realizou com lideranças do Senado e Câmara dos Deputados sobre vários temas de interesse do MP, como a votação dos indicados pelos MPs Estaduais para composição do CNMP e de projetos que tramitam atualmente no Congresso Nacional.

O PGR falou ainda sobre as articulações para enfrentamento interno, no âmbito do MP, de questões que possam ser fruto de Ações Diretas de Inconstitucionalidade. “Quando caminhamos juntos somos mais fortes, por isso peço que possamos identificar todas as ADIs com objetivo de as trazermos para discussão e, a partir disso, buscar internamente um consenso em cada um dos casos”, finalizou ele.

Notas Técnicas

Os Procuradores-Gerais presentes à reunião, presencialmente ou por videoconferência, aprovaram por unanimidade duas notas técnicas que tratam de resoluções a serem editadas pelo CNJ.  São temas das NTs os critérios para a realização de audiências e outros atos processuais por videoconferência, em processos de apuração de atos infracionais e de execução de medidas socioeducativas, durante o estado de calamidade pública; e as diretrizes e procedimentos para a aplicação e acompanhamento da medida de monitoração eletrônica de pessoas.

Ainda foi tema de debates na reunião, a proposição apresentada pelo Conselheiro Oswaldo D'Albuquerque Lima Neto para alteração do art. 43, § 3º, do Regimento Interno do CNMP, que visa disciplinar a oitiva da parte requerida, a critério do relator, em caso de pedido de medida liminar ou cautelar formulado pela requerente.

Presenças

Participaram ainda da reunião o Corregedor Nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis; o Ouvidor do CNMP, Oswaldo D'Albuquerque; o Conselheiro do CNMP Marcelo Rabelo de Souza; o Presidente da Conamp, Manoel Murrieta; o Ouvidor Nacional de Direitos Humanos, Fernando Ferreira; e o Secretário-Executivo do CNPG, Júlio César Melo.

Texto: CNPG – editado por Ana Paula Leite/jornalista Assecom MPMS

Fotos: CNPG