Por não se encaixarem em perfis desejados por pretendentes à adoção, muitas crianças e adolescentes enfrentam mais tempo em unidades acolhedoras, privadas do direito de ter uma família.

Com o intuito de reverter este cenário, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul está desenvolvendo campanha que trata da busca ativa de famílias para adoção em todo o Estado, após esgotadas as possibilidades de o acolhido retornar à família de origem e das buscas infrutíferas por família adotiva pelo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).

A busca ativa tem como objetivo a implementação de estratégias para dar efetividade à garantia constitucional de convivência familiar e foi prevista pela primeira vez no Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (2006). Ela pode ser desenvolvida mediante divulgação, com prévia autorização judicial, de dados, imagens e informações sobre crianças e adolescentes que não estão encontrando interessados em recebê-los em adoção.

Se é verdadeira a frase “quem não é visto não é lembrado”, a campanha, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul e com grupos de apoio à adoção, busca mudar este quadro e dar visibilidade aos acolhidos, os quais, por meio de postagens publicadas nas redes sociais institucionais, revelam as suas habilidades, potencialidades, qualidades e sonhos.

Assim, pretende-se sensibilizar a sociedade para o perfil especial desses meninos e meninas que, por serem maiores, possuírem alguma patologia ou pertencerem a grupo de irmãos, estão sem perspectivas de inserção familiar.  É defendida a possibilidade de aproximação e desenvolvimento de laços efetivos com vistas à adoção, independentemente da idade ou eventual condição de saúde, rompendo preconceitos e mitos.

Conforme registros do SNA, atualmente existe significativo número de acolhidos no Estado de Mato Grosso do Sul aptos à adoção, mas que ainda não conseguiram família substituta, pois a preferência das famílias habilitadas é por crianças mais novas e saudáveis, o que não destoa do cenário nacional.

Neste contexto, a busca ativa tem apresentado resultados positivos em diversos estados, com o aumento do número de adoções daqueles que há muito aguardavam em abrigos por uma família, tendo este tipo de iniciativa sido incentivada pelo Conselho Nacional do Ministério Público e incluída no Planejamento Estratégico Institucional, área da Infância e Juventude, iniciando-se neste mês, em comemoração ao Dia Nacional da Adoção (25/5).

Os interessados na adoção de alguma criança ou adolescente participante da campanha veiculada no perfil institucional dos órgãos envolvidos deverão entrar em contato com o Núcleo de Adoção da Vara da Infância e Adolescência da respectiva comarca, pelos telefones indicados, para que obtenham mais informações.

Texto: Núcleo da Infância e Juventude – editado por Ana Paula Leite/Jornalista Assecom MPMS