Em alusão ao mês de setembro, período em que se enfatizam as campanhas e ações que atentam aos transtornos mentais (depressão, bipolaridade e personalidade impulsiva ou agressiva) e, consequentemente, ao suicídio, o Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (NOJÚRI) do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul reforça a conscientização do tema e enfatiza a importância da busca por atendimento e ajuda profissional. 

A iniciativa organizada pela Coordenadora-Adjunta do NOJÚRI, Promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani, pretende levar à população, por meio das redes sociais e divulgações impressas, informações acerca dos principais sintomas e as formas para ajudar pessoas em situação de abalo emocional com pensamentos suicidas. A ação do NOJÚRI tem apoio do Núcleo da Cidadania (NUCI), que pertence ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça dos Direitos Constitucionais do Cidadão, dos Direitos Humanos e das Pessoas com Deficiência (CAODH), sendo motivada pelo crescente número de casos de suicídio em Campo Grande, visto que o Tribunal do Júri é um órgão que tem atribuição para julgar crimes dolosos contra a vida, dentre eles, o crime de auxílio ou instigação ao suicídio.

De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, em 2020 (último dado disponível), registrou-se 244 mortes por suicídio em Mato Grosso do Sul – são 20 casos por mês ou cinco por semana.

Sintomas

Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros já pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

Entre os principais sintomas, especialistas destacam o isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.

Prevenção

De acordo com o Centro de Valorização da Vida (CVV) – ONG que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, a primeira medida preventiva é a educação. Durante muito tempo, falar sobre suicídio foi um tabu, havia medo de se falar sobre o assunto. De uns tempos para cá, especialmente com o sucesso da campanha Setembro Amarelo, esta barreira foi derrubada e informações ligadas ao tema passaram a ser compartilhadas, possibilitando que as pessoas possam ter acesso a recursos de prevenção.

Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil, onde atualmente 32 pessoas por dia tiram a própria vida. Surge então um outro desafio: falar com responsabilidade, de forma adequada e alinhada ao que recomendam as autoridades de saúde, para que o objetivo de prevenção seja realmente eficaz.

Procure ajuda

No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza o apoio emocional e a prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), e-mail e chat 24 horas, todos os dias.

 

Texto:  Ana Carolina Vasques/Jornalista-Assecom MPMS com informações CVV