O evento “Dia Lilás” lotou o Plenarinho Nelito Câmara, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), na segunda-feira (21/8). O encontro, realizado pela Escola do Legislativo Senador Ramez Tebet, proporcionou uma tarde de conhecimento, debate sobre a necessidade da transformação cultural e a importância da imagem no avanço da autoestima.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul estava representado pelas Promotoras de Justiça Clarissa Carlotto Torres, Coordenadora do Núcleo da Cidadania (Nuci); e Aline Mendes Franco, Coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Nevid).

O enfrentamento da violência também passa pela transformação cultural, como enfatizado pela Promotora de Justiça Clarissa Carlotto Torres: “Gênero é uma construção social sobre os diferentes papéis atribuídos a homens e mulheres. Por exemplo, as meninas ganham brinquedos relacionados a meninas e os meninos só brinquedos relacionados a meninos. É a sociedade que impõe em que o homem e a mulher devem trabalhar e as diferentes tarefas no dia a dia. O problema dessa construção cultural é que se coloca para mais o que é do masculino e para menos o que é do feminino. E assim é estabelecida uma relação desigual, que pode culminar na violência”, explicou.

A cultura arraigada na sociedade torna a violência contra a mulher, muitas vezes, imperceptível, até mesmo à vítima. Foi pensando nisso que o MPMS desenvolveu uma ferramenta chamada “Violentômetro”, um dos assuntos abordados pela Promotora de Justiça Aline Mendes Franco.

O “Violentômetro”, conforme explicou a Promotora de Justiça, ajuda a mulher a notar os diferentes níveis de violência que sofre, destacando essas etapas com cores diferentes: amarelo para “fique atenta”, laranja para “reaja” e vermelho para “alerta, vida em perigo”. No primeiro caso, há ações como chantagear, mentir, enganar, ridicularizar, ofender, humilhar a mulher em público, além de ciúme excessivo e ameaças. No segundo momento, o agressor destrói bens

pessoais, xinga, “brinca” de bater, belisca, empurra. No último nível, acontecem lesões corporais, ameaça com armas, abuso sexual, espancamento e morte.

Colorimetria e wollying

O primeiro tema foi discorrido pela Pedagoga e especialista em cosméticos Djenane Miranda, que proferiu a palestra “Colorimetria e Imagem Pessoal”. Na sequência, a palestra intitulada “Agosto Lilás e wollying" foi apresentada pela Psicanalista e especialista em Psicologia Positiva Kaká Ribeiro.

Enfrentamento da violência contra a mulher

O evento também contou com a participação da Deputada Lia Nogueira (PSDB), que mencionou uma proposta de sua autoria que tramita na Casa de Leis. O Projeto de Lei n. 67/2023 obriga os hospitais, clínicas e postos de saúde que integram as redes pública e privada a disponibilizarem funcionária do sexo feminino para acompanhamento de exames ou procedimentos que induzam à inconsciência total ou parcial da paciente mulher.

A tarde de conscientização e valorização da autoestima – como a Deputada Mara Caseiro definiu o evento – contou com participação de inúmeras mulheres. A busca de conhecimento, sem limite de idade, foi um dos principais motivadores.

 

Texto e fotos: Assembleia Legislativa – editado por Waléria Leite – Jornalista/Assecom.