Em julgamento perante o Tribunal do Júri da comarca de Três Lagoas, ocorrido na última sexta-feira (15/3), o réu J. S. V. foi condenado a uma pena total de 27 anos, cinco meses e 22 dias de reclusão, por tentar matar a facadas a esposa, que na época estava grávida de sete meses. Ele também foi condenado por danos morais, no valor de R$10 mil, que deverá ser pago à vítima. O crime ocorreu no dia 10 de novembro de 2020.

Atuou como representante do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul o Promotor de Justiça Luciano Anechini Lara Leite, sustentando a condenação do réu nos exatos termos da denúncia e pronúncia, por tentativa de homicídio triplamente qualificado, ameaça e aborto provocado.

Os jurados, por maioria, afastaram a tese de desclassificação sustentada pela defesa que alegava desistência e não intenção de matar.

O julgamento foi presidido pelo Juiz da 1ª Vara Criminal, Rodrigo Pedrini Marcos, o qual proferiu sentença em plenário, após um longo embate entre acusação e defesa.

O caso

A vítima estava esperando um filho do acusado e acabou recebendo 11 golpes de faca, na altura do pescoço e costas. Ela só escapou da morte após conseguir convencer o marido a sair do apartamento, devido às duas filhas da vítima estarem dormindo em um dos quartos. Do lado de fora, a vítima teria conseguido apertar a campainha do vizinho, que saiu para ver o que estava acontecendo, forçando o réu a socorrer a esposa até o Hospital Auxiliadora.

Na época, a vítima deu entrada na emergência do hospital, em choque hipovolêmico (perda excessiva de sangue), foi imediatamente levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde foi intubada e submetida a uma cirurgia cesariana de emergência.

Às 6h30 do dia 10 de novembro de 2020, 2h após o acusado tentar matar a mulher esfaqueada, o filho que o casal esperava morreu. A mulher ficou três dias em coma e, ao recuperar a consciência, foi informada da morte do bebê.

O réu foi preso na porta do hospital e acabou confessando o crime. Segundo ele, por motivos fúteis. “Por ignorância minha”, teria dito ele na delegacia, sem mostrar arrependimento. No julgamento, entretanto, sustentou que a vítima tentou agredi-lo com a faca, tomou essa de suas mãos em luta corporal e a golpeou apenas duas vezes.

A vítima segue até hoje com sequelas no pulmão e no pescoço pelas lesões sofridas.

Texto: Ana Paula Leite/Jornalista Assecom MPMS – com informações JP News

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